Será que você está viciado em compras? Numa sociedade que estimula a compra, como saber se compramos por um impulso momentâneo ou compulsivamente? Confira as causas desta doença e as formas de tratamento oferecidas para a Oneomania – o desejo incontrolável de comprar.
O comportamento de comprar em si não é um problema. O que está por trás do desejo de comprar é que diferencia o exagero das compras de Natal da compulsividade.
Quando você compra algo é para satisfazer uma necessidade pessoal (sapato novo), ou uma necessidade de apreço social (presente aniversário).
Para pacientes com queixa de descontrole, comprar está relacionado a necessidade de amenizar sentimentos desagradáveis como angústia e até depressão.
Nos satisfazemos de diversas maneiras: reconhecimento no trabalho, troca de afeto, segurança e auto realização, reconhecimento das qualidades pessoais.
Porém quando o indivíduo não consegue obter satisfação desta forma, desenvolve comportamentos outros que propiciem alguma realização. Ou seja, em vez de chegar em casa e ter o carinho do(a) parceiro(a) afetivo, exatamente por não ter um relacionamento estável, a pessoa vai ao shopping e compra a roupa para se sentir mais bonita, o sapato para se sentir elegante, compra o vinho numa adega de grife para se sentir mais poderosa, e com isso vai satisfazendo suas necessidades individuais, porém de forma momentânea e inadequada.
Quando percebe, gastou além do que poderia, chega em casa com um sapato novo e vê outros tantos guardados ainda sem uso, e muitas vezes é comum o sentimento de culpa e vergonha pelo descontrole. Essa situação normalmente gera problemas familiares, sociais e financeiros graves, pois a pessoa não consegue avaliar a necessidade da compra, simplesmente age pelo impulso do sentimento que irá experimentar imediatamente ao adquirir o objeto.
É possível observar sinais.
Além de ter um desejo desmedido em relação às necessidades da compra, ainda é possível observar alguns sinais em relação ao viciado em compras:
- Necessidade frequente de comprar.
- O objetivo da compra é para suavizar sentimentos, pensamentos, sensações de solidão, necessidade de afeto, acolhimento, reconhecimento social, angústias.
- Ansiedade precedente à compra, e sentimento de culpa, remorso, vergonha posterior às aquisições.
- É incontrolável, ou seja, a pessoa já tentou, mas não consegue resistir ao objeto na vitrine.
- Não há avaliação de suas condições financeiras nem da necessidade do objeto.
- Há prejuízos financeiros por causa das compras desmedidas.
- Tentativa de esconder ou mentir para familiares sobre problemas financeiros e/ou as compras.
- Logo após a compra experimenta sensação de alívio da ansiedade, angústia ou depressão que estava sentindo.
Como este o alívio tem curta duração, a pessoa tende a repetir as compras, e vai acumulando mais problemas financeiros e de outras ordens.
Há um aumento no nível de ansiedade para obtenção do alívio, ao mesmo tempo em que a pessoa sabe que não é correto a compra desmedida. E quando ela sucumbe ao desejo e adquire o objeto, vem a culpa e a baixa estima pela incapacidade de se controlar.
Esse ciclo é vicioso e de retroalimentação, ou seja, quanto mais a pessoa se sente mal, mais ela buscará nas compras o alívio para sentimentos ruins, e pior ela se sentirá pela incapacidade de se controlar.
Existe tratamento para o viciado em compras?
Há tratamento e algumas vezes é necessário a combinação de tratamento medicamentoso com a psicoterapia.
A psicoterapia comportamental tem uma proposta muito eficaz para a Oneomania. Junto com o paciente irá descrever toda a cadeia de comportamentos, desde sentimentos/pensamentos iniciais em relação à sua angústia e sofrimento, bem como traçar alternativas para aplacar essas necessidades de maneira adequada.
Significa aprender habilidades comportamentais que não existem na vida do indivíduo. E por não saber outra maneira, recorre à comportamentos como a compra compulsiva.
E também será necessário desenvolver o que chamamos de repertório comportamental. São habilidades para enfrentar as situações que lhe trazem sofrimento, mas sem lhe causar outros problemas. Exemplo: para solidão, ensinar o indivíduo ter iniciativa para novos relacionamentos sociais e obter satisfação em relações saudáveis.
Você se identificou com algum desses sinais? Você acredita que possa estar viciado em compras?
Não deixe de buscar apoio psicológico – você não precisa enfrentar isso sozinho (a)!
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