De forma prática: você pode fazer tudo o que QUISER fazer. Mas vamos discutir isso melhor… porque não é assim tão obvio, não é mesmo?
Assim como qualquer doença, o mieloma múltiplo age de forma diferente para cada pessoa, pois cada organismo é único e reage diferente às enfermidades e aos tratamentos propostos.
A diferença está na genética, na história clínica do paciente, nas comorbidades, condições ambientais… enfim, são muitos fatores que influenciarão desde o surgimento da doença, sua evolução, a recidiva ou remissão.
Cada paciente deve observar seus sintomas e respeitar seus limites, dentro das orientações médicas. Muitos não sentem dores e levam uma vida normal, mesmo com múltiplas fraturas – há relatos de pacientes que fazem academia mesmo após fraturas… Há outros entretanto que sentem dores incapacitantes, mesmo sem fraturas por exemplo.
E a sensibilidade a dor também é algo muito particular de cada organismo. Entretanto há um aspecto da DOR que pode ser afetado diretamente por nossa condição psicológica – vamos falar sobre isso.
Fundamental é compreender o motivo pelo qual estamos ou não nos comportando.
Muitas vezes usamos um mal estar como uma “desculpa” por na verdade não querermos ver ninguém, não querermos responder a questões sobre a doença, não nos sentirmos bem para enfrentar o mundo lá fora, ou mesmo porque estamos sem esperança por tudo o que ocorre, e não vemos muito sentido em prosseguir. E aqui temos um belo exemplo de como nosso estado psicológico pode fazer com que nossa dor seja potencializada.
E você, como está agindo em relação a seus sintomas?
Alguns pacientes conseguem driblar suas dores e mantem um organismo saudável – por meio da alimentação adequada e exercícios físicos autorizados por seus médicos. Outros sentem dores incapacitantes, mas em momentos em que se sentem melhor, não se deixam abater e buscar uma vida o mais próximo do que tinham antes do diagnóstico. Há ainda os casos em que o próprio tratamento implica num afastamento social, mas com criatividade e as redes sociais disponíveis, pacientes se mantém ativos socialmente a até mesmo trabalhando…
Mas por que essa atitude positiva pode fazer diferença? Se você está sentindo dores, com indisposição, cansaço, humor alterado, sem expectativas, com raiva, com medo e todos os outros sentimentos difíceis que acompanham a vida de quem tem Mieloma Múltiplo e enfrenta os longos tratamentos… por qual motivo deve se importar em querer fazer coisas?
Pelo simples motivo de que, quanto menos seu organismo se movimenta, mais atrofiados ficarão seus músculos, correto? O mesmo princípio se aplica à nossa VONTADE de fazer coisas: quanto menos vontade de fazer coisas você tem, menos coisas você faz, e a vontade fica menor… isso vira um ciclo vicioso.
Como pará-lo?
Encontrar coisas que você goste de fazer e retomar sua vida aos poucos. Não pode mais disputar uma maratona? Ainda pode caminhar? Então aproveite para curtir a mesma estrada… Esse é só um exemplo de que nem tudo que fazíamos antes de uma doença, talvez seja possível fazer exatamente do mesmo jeito. Mas sempre é possível resgatar a mesma EMOÇÃO que tínhamos quando realizávamos as atividades preferidas.
E podemos resgatar a emoção por meio de atividades que realizamos – vamos lá… com criatividade conseguimos adaptar muitas coisas, descobrir novos caminhos e formas de realizar o que desejamos. Podemos assistir a filmes, ler livros, conversar e compartilhar com as pessoas que amamos…
Fundamental é sabermos que se não agirmos, fatalmente seremos invadidos por aqueles sentimentos pessimistas descritos anteriormente.
Faça um novo ciclo, resgate emoções positivas!
Se precisar de auxilio, busque ajuda de um profissional da psicologia, mas não deixe de tentar ver a vida com outros olhos, pois ela está aí, todinha para ser vivida. E quem decide sobre isso é somente VOCÊ!
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